Aprendi a te amar; oh! Jaguarão querida, quando eu era ainda a criança triste e pasmada diante da vida que não podia entender.
Depois minha exaltada fantasia te enfeitou com as galas de um paraíso terreal e foste, então, o cenário. Aprendi a te amar; oh!Jaguarão querida, quando eu iluminado de minha adolescência ébria de sonhos...
Tu me viste, mais tarde, trocar a deliciosa mentira desse sonho pela realidade banal que é minha vida. E eu te achei pequenina e parada, demasiadamente triste na languidez do teu silêncio...
Um anseio de nômada sacudiu minh´alma. E como não pude partir em busca de novos horizontes, de criaturas e paisagens diferentes, julguei que fosses culpada do tédio que rondava minhas horas vazias.
Porém, quando consegui ausentar- me de ti, senti tão intensamente o desejo de rever-te que compreendi, afinal, que partir era bom pela alegria de voltar.
Em ti, minha terra tão boa, nasceu este meu imenso amor pela natureza.
Amei tanto o teu céu, o teu rio de águas mansas, teus campos e tuas árvores; senti tão profundamente a poesia dos teus poentes coloridos e de tuas noites de luar, que, às vezes, tenho a impressão de estar integrado na tua paisagem.
Exulto contigo na claridade maravilhosa dos teus dias de sol e, em meu espírito, se reflete a indefinida melancolia dos teus dias cinzentos...
Por isso, hoje que vou afastar-me do teu ambiente acolhedor e calmo, a lembrança de todas estas cousas, pões na minha alma um sabor de saudade antecipada e deixa uma névoa de nostalgia nos meus olhos...
Não irei para longe. Mas “todas as distâncias são iguais” no instante emocional da despedida.
E, ao deixar-te esta pobre página do meu diário, sinto que ela é um pedaço do meu coração que vai ficar contigo...
Jaguarão, 2 de setembro de 1950.
Página literária escrita pelo professor Cléo dos Santos Severino e por ele lida em 23 de novembro de 1955 na Rádio Cultura de Jaguarão, por ocasião do centenário de elevação de Jaguarão de Vila a Cidade.
Fonte: Cadernos Jaguarenses, Volume 2, Instituto Histórico e Geográfico de Jaguarão / 1998
Depois minha exaltada fantasia te enfeitou com as galas de um paraíso terreal e foste, então, o cenário. Aprendi a te amar; oh!Jaguarão querida, quando eu iluminado de minha adolescência ébria de sonhos...
Tu me viste, mais tarde, trocar a deliciosa mentira desse sonho pela realidade banal que é minha vida. E eu te achei pequenina e parada, demasiadamente triste na languidez do teu silêncio...
Um anseio de nômada sacudiu minh´alma. E como não pude partir em busca de novos horizontes, de criaturas e paisagens diferentes, julguei que fosses culpada do tédio que rondava minhas horas vazias.
Porém, quando consegui ausentar- me de ti, senti tão intensamente o desejo de rever-te que compreendi, afinal, que partir era bom pela alegria de voltar.
Em ti, minha terra tão boa, nasceu este meu imenso amor pela natureza.
Amei tanto o teu céu, o teu rio de águas mansas, teus campos e tuas árvores; senti tão profundamente a poesia dos teus poentes coloridos e de tuas noites de luar, que, às vezes, tenho a impressão de estar integrado na tua paisagem.
Exulto contigo na claridade maravilhosa dos teus dias de sol e, em meu espírito, se reflete a indefinida melancolia dos teus dias cinzentos...
Por isso, hoje que vou afastar-me do teu ambiente acolhedor e calmo, a lembrança de todas estas cousas, pões na minha alma um sabor de saudade antecipada e deixa uma névoa de nostalgia nos meus olhos...
Não irei para longe. Mas “todas as distâncias são iguais” no instante emocional da despedida.
E, ao deixar-te esta pobre página do meu diário, sinto que ela é um pedaço do meu coração que vai ficar contigo...
Jaguarão, 2 de setembro de 1950.
Página literária escrita pelo professor Cléo dos Santos Severino e por ele lida em 23 de novembro de 1955 na Rádio Cultura de Jaguarão, por ocasião do centenário de elevação de Jaguarão de Vila a Cidade.
Fonte: Cadernos Jaguarenses, Volume 2, Instituto Histórico e Geográfico de Jaguarão / 1998
Nossa, li isso apenas hoje, 27 de janeiro de 2009,mas parece ter sido escrito por mim. Eu e marido choramos de emoção. Lindo demais.
ResponderExcluirNão sou jaguarense, mas tenho um carinho todo especial pela cidade, onde, quando criança, passava minhas férias. Sempre que posso, visito a cidade e me encanto com sua beleza e tranquilidade. Caminhar por suas ruas limpas é uma terapia. Jaguarão é uma das mais belas cidades do RS. Esse texto dispensa comentários!
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